quinta-feira, 31 de maio de 2007
Presidente da UNE é diminuido em alagoas
O peleguismo da UNE, foi combatido com afinco e com bastante ironia por parte dos estudantes, veja o video ao lado.
segunda-feira, 28 de maio de 2007
Presidente da UNE é rechaçado na ocupação da UFAL
Petta, logo desceu do carro, começou a ouvir os gritos dos estudantes que ocupam a reitoria desde o dia 24 de maio. Os manifestantes gritavam "Pelego!" e "UNE cara-de-pau, capacho do governo liberal" e seguravam uma faixa que dizia "A UNE não fala em nosso nome". Petta se retirou.
A ocupação segue forte.
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VEJA ataca os movimentos sociais em geral

Esse "bando" de "arruaceiros", "destruíram uma porta e depredaram as placas de identificação de algumas salas do edifício". E como se não bastasse o "grupelho" é formado por elementos "indiferentes à fedentina" que se "espalha pelos ambientes" vindos "principalmente dos dois banheiros" utilizados por eles. "Espalhados por um chão ensebado, coberto por pedaços de papel, casais namoravam, rapazes divertiam-se em jogos de carteado e mocinhas pintavam as unhas – alguns deles vestidos com camiseta de microscópicos partidos da esquerda radical, como o Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), o Partido da Causa Operária (PCO) e o Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU)."
Mas que meninos malvados!
"A existência de movimentos sociais e estudantis é inevitável em nações democráticas, como o Brasil, ainda que a meta final desses grupos seja eliminar a democracia e instaurar uma ditadura socialista."
(...)
VEJA talvez esqueça que o fim da última ditadura concreta que tivemos neste país, a ditadura capitalista dos generais militares, se deu graças aos movimentos sociais, desde a explosão do movimento operário no ABC até a campanha das Diretas Já.
VEJA é muito ágil e vigorosa para cobrar "os rigores da lei" para punir os supostos "baderneiros" dos movimentos sociais, mas não teve a mesma agilidade e vigor em cobrar cumprimento à lei quando a Polícia Militar de São Paulo assassinou trabalhadores inocentes na sua atabalhoada "reação" aos ataques do PCC em 2006. Nem é ágil e vigorosa em cobrar o cumprimento das leis quando, na nossa "nação democrática", trabalhadores rurais são assassinados, no Pará, no Nordeste, ou pelos usineiros de São Paulo.
blogmolotov.blogspot.com
domingo, 27 de maio de 2007
Milton Santos
http://ocupacaousp.noblogs.org/
Ta na hora de agirmos contra a homofobia
Nesse fim de semana em Moscou houve ou haveria a parada gay, porém por ser tratar de um movimento cultural que vai contra muitos conceitos, o prefeito Yuri Lujkov (não sei bem se é assim o sobrenome certo, pois variou bem na mídia) , da extrema-direita proibiu pelo segundo ano a parada gay de Moscou.
O movimento gay queria apenas entregar um documento com assinaturas de alguns políticos apoiando, porem foi barrado sofreu repressão pelos integrantes da extrema-direita e por católicos ortodoxos.
Será que em um mundo com tanta diversidade, devemos ainda seguir um conceito cristão para definirmos a sexualidade do mundo, onde sabemos que a sexualidade vai muito alem da OPÇÂO de cada um, pois c fosse assim apenas uma opção isso seria muito fácil, essa questão vai muito além. O ser humano tem a necessidade de sexo, porém essa necessidade varia de corpo para corpo.
Se ainda insistirmos em vivermos em um mundo cristão, onde os preceitos de igrejas preconceituosas, que existem apenas para legitimar o poder do capitalismo, na atualidade e serviu para tantos outros interesses econômicos, não viveremos nossas vidas, nossos corpos e sim apenas como brinquedos na mão de uma elite com o poder em suas mãos.Deve estar ao lado de grupos que lutam pelos nossos direitos de trabalhadores, seres humanos. Por um país sem preconceitos e miséria, onde cada um tenha pleno direito sobre o próprio corpo e consciência.
Se a igreja estivesse aqui para melhorar alguma coisa, já estaríamos vivendo em um céu, apos mais de 1000 anos de supremacia.
Vamos repensar nossos conceitos de religião, Deus e Igreja, será que uma invenção do homem deve ser mais forte que ele mesmo.
sábado, 26 de maio de 2007
A TV FORMA...
"A TV possui um grau elevadíssimo de informações que nos enriquece de uma maneira pobre, pois se tornamos uns viciados deste veículo de comunicação".
"A TV no entanto é um consumo que devemos consumir para nossa formação,informação e deformação". (fantástica!)
"A TV se estiver ligada pode formar uma série de imagens, já desligada não..." (ah bom, uma frase sobrenatural)
"A TV deforma não só os sofás por motivo da pessoa ficar bastante Tempo intertida como também as vista" (sem comentários)
"A televisão passa para as pessoas que a vida é um conto de fábulas E com isso fabrica muitas cabeças" (como é que pode?).
"Sempre ou quase sempre a TV está mais perto denosco(?), fazendo com que o telespectador solte o seu lado obscuro" (esta é imbatível)
"A TV deforma a coluna, os músculos e o organismo em geral" (é praticamente uma tortura!)
"A televisão é um meio de comunicação, audição e porque não dizer De locomoção" (tudo a ver)
"A TV é o oxigênio que forma nossas idéias" (sem ela este indivíduo Não pode viver)
"...por isso é que podemos dizer que esse meio de transporte é capaz de informar e deformar os homens" (nunca tentei dirigir uma TV)
"A TV ezerce (Nossa Senhora!!!)poder, levando informações diárias E porque não dizer horárias" (esse é humorista, além de tudo)
"E Nós estamos nos diluindo a cada dia e não se pode dizer que a TV Não tem nada a ver com isso" (me explica isso?)
"A televisão leva fatos a trilhares de pessoas" (é muita gente isso,hein?)
"A TV acomoda aos teles inspectadores" (socorro!!!)
"A informação fornecida pela TV é pacífica de falhas" (vixe!)
"A televisão pode ser definida como uma faca de trezgumes. Ela Tanto pode formar, como informar, como deformar"
sexta-feira, 25 de maio de 2007
POR QUE O FRANGO ATRAVESOU A ESTRADA?
Galera eu abaixei a qualidade da imagem para colocar aqui no blog, o indicado é que vcs salvem ela para o pc e depois visualizem, é só clicar uma vez em cima da imagem, ai vai abrir em uma janela, depois cliquem com o botão direito e escolham a opção "salvar imagem como" depois escolham um diretório no pc, ai é só abrir ela e ampliar para melhor visualizar.
O caso Chapéuzinho Vermelho: Veja como a notícia é dada em cada órgão de comunicação:
(William Bonner): Boa noite. Uma menina chegou a ser devorada por um lobo na noite de ontem..
(Fátima Bernardes): ... mas a atuação de um lenhador evitou uma tragédia.
FANTÁSTICO
(Glória Maria): Que gracinha, gente. Vocês não vão acreditar, mas essa menina linda aqui foi retirada viva da barriga de um lobo . Não é mesmo, querida?
CIDADE ALERTA
(Datena) Onde é que a gente vai parar, cadê as autoridades? A menina ia para a casa da avozinha a pé ! Não tem transporte público! E foi devorada viva! Põe na tela! Tem um "link" para a floresta, diretor?
REVISTA CLÁUDIA
Como chegar à casa da vovozinha sem se deixar enganar pelos lobos no caminho.
REVISTA NOVA
Dez maneiras de levar um lobo à loucura.
REVISTA MARIE-CLAIRE
Na cama com o lobo.
O ESTADO DE S. PAULO
Fontes confirmam que Lobo que devorou Chapeuzinho seria filiado ao PT .
VEJA
EXCLUSIVO! Ações do Lobo eram patrocinadas pelo governo Lula e o PT.
Páginas Amarelas da VEJA:
"Está claro que houve tentativa de quebra de sigilo bancário da Chapéu por parte de Dilma e Tasso Genro. Eles têm que cair. " - Arthur Virgílio.
ESTADO DE MINAS
Chapeuzinho come o lobo enquanto o lenhador vai prá floresta com a vovó.
ZERO HORA
Avó de Chapeuzinho nasceu no RS.
AGORA
Sangue e tragédia na casa da vovó!
CARAS
Chapeuzinho fala a CARAS: "Até ser devorada, eu não dava valor para muitas coisas da vida. Hoje sou outra pessoa"
PLAYBOY
Veja o que só o lobo viu!
ISTOÉ
Gravações revelam que lobo foi assessor de influente político de Brasília.
G MAGAZINE
Lenhador mata o lobo e mostra o pau!
O FUXICO
A toca do Lobo era na mata atrás da casa do Marcos Valério.
JORNAL DO PT
Lula não sabe de nada!
terça-feira, 22 de maio de 2007
Dia 23 é dia de Luta organizada na fafibe
Convocação
Nós do 3º ano de história chamamos toda a instituição a compor as fileiras na batalha contra as reformas neoliberais e reacionárias do governo federal, desde já deve ficar claro nossa repugnância contra a reforma da Previdência, o desmembramento da reforma trabalhista e o PAC. A reforma da previdência tem por objetivo acabar “como a imposição de idade mínima para a aposentadoria, elevação da mesma, fim da diferença entre aposentadoria de homens e mulheres e desvinculação do piso previdenciário do valor do salário mínimo.”
O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) de nada vai melhorar as condições de vida dos trabalhadores, muito pelo contrário somente será vantajoso ao capital estrangeiro e a classe burguesa que são os “heróis de LULA”, esse programa ainda impõe dez anos de congelamento de salários para os servidores públicos, além do pacote antigreve.
Modernizar a CLT
Para o governo LULA os direitos dos trabalhadores é um empecilho para a criação de empregos, com isso a seguridade e os direitos (que já são poucos) dos lutadores que precisam vender sua força de trabalho diariamente vai por água abaixo.
Por que uma manifestação em Bebedouro?
Muitas pessoas conscientes do seu papel político com fator determinante para a mudança da sociedade podem se perguntar “por que uma manifestação dessa em bebedouro?” ou “será que adiantaria?”, para esses nossa resposta é simples a política é feita aonde vivemos, ou seja, devemos nos organizar primeiramente no nosso município aonde nossa relação com as pessoas são mais forte.
O que faremos?
Queremos a aderência de outros cursos da instituição assim como a participação dos docentes também seria interessante, haja vista que muitos desses ainda estão na rede pública, e os ataques tanto do governo federal quanto do estadual, os atingirão frontalmente.
Além de queimarmos um boneco representando Lula, queimaremos outro boneco representando Serra, alem de faixas e no final ainda queimaremos um bandeira dos EUA.
quinta-feira, 17 de maio de 2007
Presença da UNE na Fafibe: O que fazer?
Ontem nos reunimos com uma representante da UNE e pareceu-nos claro que a intenção de sua visita foi de apenas arrebanhar mais alguns votos para sua chapa na eleições internas da UNE e não de discutir ou mesmo conhecer os nossos problemas na faculdade.
Como militante do Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado, o PSTU, me indaguei sobre possíveis formas de combater essa influência, que parece só crescer entre os estudantes, sobretudo os mais ingênuos, que acreditam ser possível desarticular a direita na UNE - sendo que a própria UNE representa a direita entre os estudantes hoje.
Quero dizer a esses colegas que já existe uma entidade classista e combativa, a Coordenação Nacional de Luta dos Estudantes, a Conlute, filiada a Conlutas e participadora do calendário de lutas da IV Internacional Comunista (LIT-QI).
Como nossa intenção é sempre ser o mais transparente possível em nossas atitudes políticas venho usar o nosso blog para tornar pública a mensagem que enviei à Conlute na tentativa de formar uma estratégia de lutas conjunta e submete-la à vossas críticas. Abaixo, na íntegra:
CARTA ENVIADA À DIREÇÃO DA CONLUTE:
Companheiros da Conlute
Sou estudante do curso de História das Faculdades Integradas Fafibe de Bebedouro.
Nas últimas semanas recebemos visitas de integrantes da UNE (filiados ao traidor PC do B), que, usando uma retórica de esquerda tentaram convencer nossos colegas de faculdade a participar do congresso daquela instituição.
Em nossa opinião, a UNE não representa mais os interesses dos estudantes, uma vez que têm acobertado seguidamente diversos escândalos do governo Lula e recebe dinheiro do mesmo para que aquela direção estudantil não conteste seus projetos neo-liberais como a vergonhosa reforma universitária, como se isso não bastasse sua própria estrutura está corrompida pela falta de eleições diretas - o que só serve aos inetresses da direita.
Como militante do PSTU na minha cidade (Barretos) e região, tenho lutado internamente na faculdade afim de alertar aos meus colegas o perigo que representaria uma filiação de nossa luta a UNE, que já foi um maravilhoso instrumento de luta, mas que hoje, a exemplo do próprio Lula, vêm rezando na cartilha dos burgueses.
Pela primeira vez, depois de muito tempo, na Fafibe, os alunos estão tentando participar ativamente das decisões e reavivar o espírito de luta estudantil. E é exatamente nesse momento que somos assediados pela UNE e PC do B, que tentam desarticular nosso movimento e iludir os esquerdistas da faculdade ao dizerem que há como lutar em uma entidade, que ao nosso ver, nada mais é do que um "pelego" do governo petista. Devemos lutar ao lado de uma entidade classista e combativa como a CONLUTE!!!
Venho por meio desta mensagem indagar aos camaradas da Conlute se seria possível nos enviarem um representante da Conlute para nos ajudar na coordenação de nosso C.A.
Acredito que um representante da Conlute na nossa Faculdade poderia nos auxiliar a reacender o espírito de luta de nossos colegas bem como frear o avanço da hoje famigerada UNE.
Um movimento estudantil integrado à Conlute aqui no nordeste de SP, representaria muito para os movimentos de luta de toda a região, visto que estamos geograficamente situados num ponto nevrálgico do capitalismo no estado de SP, entre grandes criadores de gado e usineiros de cana (os heróis de Lula).
Aguardo respostas e desde já agradeço.
Saudações Socialistas Revolucionárias
Diego Ferreira
quarta-feira, 16 de maio de 2007
terça-feira, 15 de maio de 2007
O trágico fim da UNE
O trágico fim da UNE
Thiago Hastenreiter
da Secretaria Nacional de Juventude do PSTU
Outros textos deste(a) autor(a)
• A União Nacional dos Estudantes (UNE), fundada em 1937, protagonizou importantes lutas na conjuntura nacional brasileira.
Em 1940, desenvolveu uma grande campanha contra o nazifascismo durante a II Guerra Mundial e, em 1947, encabeçou o movimento “O Petróleo é Nosso”.
Em 1956, diante do aumento das tarifas dos bondes do Rio de Janeiro, a UNE uniu-se aos trabalhadores e criou a União Operária Estudantil.
A década de 60 foi um dos momentos de maior ebulição do movimento estudantil.
Quarenta universidades públicas tiveram suas atividades paralisadas numa greve que reivindicava a participação estudantil nos órgãos colegiados.
A UNE se opôs frontalmente à reforma Universitária MEC/USAID do regime militar, que tinha o objetivo de implementar o modelo norte-americano de educação nas universidades brasileiras.
Em 1968, a UNE decreta uma greve geral estudantil em protesto ao assassinato do secundarista Édson Luís e participa ativamente da “Passeata dos Cem Mil”, no Rio de Janeiro. Nesse mesmo ano, 700 estudantes são presos no Congresso da UNE de Ibiúna, entre eles o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, e o comentarista político da Rede Globo, Franklin Martins.
No congresso de refundação da UNE, em 1979, no Centro de Convenções de Salvador, foi votada a histórica Carta de Princípios que defendia um campo de classe da entidade junto aos trabalhadores.
A UNE tem ainda um papel de destaque nas “Diretas Já!”, e a última lembrança da entidade em movimento é o “Fora Collor”, em 1992.
O fim de um ciclo histórico
A partir da década de 90, a UNE dá um salto em sua burocratização quando apóia a posse de Itamar Franco e começa a comercializar o direito a meia-entrada conquistada após a derrubada de Fernando Collor. É então formada a famosa “máfia das carteirinhas”.
A direção majoritária da entidade – PCdoB – vacilou no “Fora FHC” e apoiou governos estaduais de direita como o de Roseana Sarney (PFL – MA), Marconi Perilo (PSDB – GO) e Mão Santa (PFL – PI).
A falta de democracia na entidade estava subordinada a uma política de conciliação com governos e reitorias. A violência física tornou-se uma constante em seus congressos. O afastamento da UNE da base ficou cada dia mais evidente.
Com a chegada de Lula e do PT ao Planalto, a UNE deixou contudo de ser um obstáculo relativo e passou a ser um entrave absoluto à luta dos estudantes. A UNE é hoje uma entidade governista que apóia a reforma Universitária que vai privatizar as universidades públicas, salvar os tubarões da rede particular e permitir a entrada de capital internacional no ensino superior. Como se não bastasse, a UNE chamou no dia 6 de abril deste ano uma mobilização para defender o governo e suas reformas.
Se antes era difícil disputar os rumos da entidade, agora é impossível. A integração da UNE ao Estado deu-se pela sua entrada no Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CNDES) e dos ministérios ocupados pelo PCdoB. Lula e seu ministro da Educação, Tarso Genro, não irão permitir que a UNE tenha seu curso governista interrompido.
Mas o papel mais vergonhoso que a entidade viria a cumprir ficou reservado para estas semanas, na mais grave crise política do governo Lula. A UNE foi linha de frente na “operação abafa” para esconder a corrupção no Congresso Nacional e acobertar o “mensalão” de Delúbio Soares.
Debruçando sobre o passado e analisando o presente, percebemos que muita coisa mudou. A união operário-estudantil foi substituída pelo pacto social com banqueiros e latifundiários. A independência perante os governos foi enterrada e o presidente da UNE, Gustavo Peta, nada mais é do que um garoto de recados de Tarso Genro. A batalha travada pela UNE contra a reforma MEC/USAID deu lugar à co-autoria no projeto de reforma do Banco Mundial. Zé Dirceu, ex-presidente da União Estadual dos Estudantes de São Paulo (UEE-SP), preso pela ditadura militar, é categórico ao afirmar “que o pau vai comer!” na reforma Universitária. E a “máfia das carteirinhas” era apenas uma marola diante do mar de lama que vive o governo Lula.
Postado por Diego Ferreira
Até a vitória... sempre
Saudações Socialistas!!!
A quem serve o "apartidarismo"?
Henrique Canaryde
São Paulo (SP)
• O movimento estudantil vive uma situação peculiar. Em qualquer assembléia, reunião ou plenária pipocam intervenções “contra os partidos”. Alguns se declaram “apartidários”, outros “apolíticos”. Pertencer a um partido político está, no mínimo, fora de moda. “Querem aparelhar!”, gritam alguns. “Só fala se tirar o boton!”, ameaçam outros. “Abaixa essa bandeira!” ordenam terceiros.Nas páginas deste jornal, totalmente partidário e político, gostaríamos de dialogar sobre este importante tema.Independente sim, mas do quê?O marxismo defende a completa independência de sindicatos e organizações estudantis, em primeiro lugar, com relação às instituições alheias aos movimentos sociais. Ou seja, mais do que tudo, defendemos a independência das entidades com relação ao Estado. A adaptação da CUT e da UNE ao Estado burguês acelerou enormemente sua degeneração. Ambas são hoje braços do Estado no movimento de massas. Nesse sentido, nada mais emblemático do que a nomeação de Luis Marinho, presidente da CUT, para o Ministério do Trabalho. Por sua vez, a UNE recebeu de distintos órgão estatais, somente este ano, mais de um milhão de reais para “projetos”. Está claro: não são mais organizações independentes.Em segundo lugar, defendemos a independência dos movimentos sociais com relação à patronal, às reitorias e às direções de escolas. Não aceitamos patrões nos sindicatos em que atuamos. Nos DCEs, não recebemos ajuda de nenhuma reitoria se isso significar a restrição ao nosso direito de crítica. Com essa atitude, visamos, mais uma vez, manter a independência da entidade.Em terceiro lugar, defendemos sim a independência organizativa das entidades com relação aos partidos políticos e combatemos o seu aparelhamento por quem quer que seja. Autonomia significa que são as instâncias das entidades que devem tomar as decisões. Nessas instâncias, todos devem ter o direito de defender suas posições: revolucionários e reformistas, organizados ou não em partido.Por outro lado, os marxistas reconhecem que a sociedade é divida em classes sociais que lutam entre si por meio de partidos e de outras organizações. Pretender que as entidades sejam “independentes” dessa luta significa, na prática, entregá-las nas mãos da direita e da burguesia, cujo dinheiro, televisão e intelectuais influenciam o conjunto da sociedade. Por isso, a completa “independência” do movimento com relação aos partidos políticos é uma utopia que só serve aos poderosos. O movimento estudantil deve ser amplo e democrático, mas não pode ser “neutro” em uma sociedade marcada pela luta de classes. Deve escolher um lado. Quanto mais o movimento estudantil se aproxima dos partidos e organizações da classe trabalhadora, maior é a sua verdadeira independência: a independência com relação ao Estado, à burguesia e seus agentes.O “apartidarismo” sempre serviu à direitaEm 1923, Trotsky escrevia: “Os comunistas não temem a palavra ‘partido’ porque seu partido não tem, nem terá, nada em comum com os outros partidos. Seu partido não é um dos partidos políticos do sistema burguês (...). Por isso, os comunistas não têm nenhuma razão – nem ideológica, nem organizativa – para se esconder atrás dos sindicatos”. E mais adiante: “Mas, ao mesmo tempo, o Partido Comunista reserva-se o direito de expressar suas opiniões sobre todos os problemas do movimento operário, inclusive sobre os sindicatos, de criticar as táticas dos sindicatos e de fazer-lhes propostas definidas que estes, por seu lado, são livres para aceitar ou rejeitar. O partido trata de ganhar a confiança da classe operária e, sobretudo, do setor organizado em sindicatos”.Como se vê, a polêmica sobre a participação dos revolucionários nos movimentos sociais não é nova. Mas a luta “contra os partidos” nunca foi uma bandeira do próprio movimento, e sim da direita.No Brasil, foi a ditadura militar quem mais utilizou o discurso “apartidário” para combater o movimento estudantil. Os militares acusavam os ativistas de “partidarizar os CAs” e exigiam medidas concretas dos reitores contra a atuação dos partidos nas universidades. Na tentativa de desarticular o movimento, a ditadura perseguia os estudantes filiados a partidos. Somente esse fato bastaria para se entender o enorme desserviço prestado ao movimento pelos defensores do “apartidarismo”, cujo discurso é igual àqueles pronunciados por generais e reitores durante os piores anos de nossa História.Mas tudo muda. Os anos 80 foram anos de grandes liberdades democráticas. O país saía da ditadura, fora declarada anistia. Nesse período, a forma de organização do ativismo passou a ser não só os CAs e DCEs, mas também os partidos políticos de esquerda. Depois de um período de “militância independente”, a maioria dos ativistas ingressava em um partido político para defender de forma organizada suas posições. Naqueles anos, nada parecia mais óbvio. As organizações de esquerda disputavam os espaços nas universidades e escolas: vendiam seus jornais, organizavam debates, buscavam atrair novos membros. O movimento estudantil vivia uma enorme efervescência e a organização política era o caminho natural de todo lutador.O muro de Berlim e o “apartidarismo”Em 1989, cai o muro de Berlim. O imperialismo utilizou-se desse fato para desencadear uma enorme ofensiva ideológica em todo o mundo. Começou a se falar em “morte do socialismo”, “fim da luta de classes”, “fim da História”. Para uma parte importante da esquerda, era como se o muro de Berlim tivesse caído sobre suas cabeças. Desiludidas com o “socialismo real”, essas organizações absorveram os argumentos do imperialismo e aos poucos foram abandonando a luta social para adotar, cada vez mais, uma estratégia puramente eleitoral. Todos repetiam em coro: “o stalinismo é a continuação do leninismo”, “é preciso repensar a esquerda” etc.Com isso, essa esquerda, antes revolucionária e marxista, se tornou de fato muito parecida com os partidos burgueses, já desgastados perante as massas pela corrupção e roubalheira em que sempre estiveram envolvidos.As organizações de esquerda foram vítimas de um vendaval oportunista que correu o mundo a partir do início dos anos 90 e adaptaram-se ao recuo na consciência das massas, negando suas próprias bases e passando a defender bandeiras que levaram à sua crise. Assim, perdeu-se a tradição da atuação em partidos de esquerda no movimento estudantil.O P-SOL: “apartidarismo” e eleitoralismoCom a virada do milênio, inicia-se um processo de retomada das lutas no mundo inteiro: Equador, Palestina, Argentina, Bolívia, Venezuela, Iraque. As massas saem às ruas novamente e protagonizam processos revolucionários nesses e em outros países.Infelizmente, a esquerda mundial não conseguiu relocalizar-se no novo momento e mesmo as novas organizações que surgem, já carregam os velhos vícios dos anos 90. Um exemplo disso é o P-SOL.O P-SOL é um dos maiores defensores do “apartidarismo” no movimento estudantil. Juram de pés juntos que sua atuação nas entidades nada tem a ver com sua filiação partidária. Olhando superficialmente, até parece assim, mas não é. O P-SOL é um partido de tendências, em que cada corrente interna pode defender a sua política no movimento sem consultar os organismos do partido. Assim, os militantes do P-SOL diversas vezes atuam de forma distinta uns dos outros, passando uma falsa idéia de “atuação independente” no movimento. Nada mais falso. O que unifica o P-SOL no movimento estudantil é sua estratégia de salvar a UNE e manter seu cargo na diretoria executiva da entidade, cargo esse, diga-se de passagem, conseguido pela concessão feita pelo PCdoB no último CONUNE. Por isso, o P-SOL é um dos maiores inimigos da ruptura com a UNE. Também por isso o P-SOL é forçado a combater o PSTU, que defende a ruptura com a UNE e a construção de uma nova alternativa de direção para o movimento estudantil: a CONLUTE. Assim, quando o P-SOL denuncia o “aparelhismo” e o “rupturismo” do PSTU, se aproxima do PCdoB, de cujas mãos recebeu o cargo na executiva da UNE, e se coloca a serviço de sua política, política essa, naturalmente, “apartidária”.Mais do que isso: ao defender a “independência” do movimento com relação aos partidos, o P-SOL deixa sem resposta a seguinte pergunta: Se a tarefa de um partido de esquerda não é atuar de forma organizada nos movimentos sociais, então qual é? Acaso seria pedir votos nas eleições? Aí poderíamos ter uma atuação franca e aberta como partido político? Aí poderíamos declarar abertamente que somos “partidários”? Como se vê, por detrás do discurso “amplo e democrático” que tem o P-SOL, esconde-se uma concepção eleitoralista e reformista. Para o P-SOL, partido é para disputar eleições. Nada mais.O anarquismo: autoritarismo e paralisia no movimento estudantilO discurso “apartidário” tem ajudado os setores ligados ao anarquismo a se fortalecer em algumas entidades. Infelizmente esse novo anarquismo não tem relação com a honrada tradição anarquista do início do século XX. O novo anarquismo é burocrático e autoritário no trato com as entidades. Não raros são os casos de aliança desses setores com a direita “apartidária” ou mesmo com as reitorias para combater “os partidos”. Nas passeatas e atos, em vez do enfrentamento com a polícia, alguns setores anarquistas preferem o enfrentamento com os ativistas que carregam bandeiras de partidos. A “autogestão”, ou seja, a ausência de uma diretoria eleita, implementada em algumas entidades é um desastre: tem levado, na prática, à ditadura anarquista, à paralisia das entidades e à desmoralização completa. Cada ano de autogestão é um ano de caos e inoperância no movimento e prepara a retomada das entidades pela direita reacionária.A verdadeira relação partido–movimentoA relação aparelhista que o PCdoB estabeleceu com a UNE e com a UBES traumatizou toda uma geração que hoje nega qualquer organização partidária. No entanto, essa deformação criada pelo stalinismo não deve nos desviar de uma concepção marxista de atuação nas entidades. Se a atuação “independente” no movimento é uma bandeira tão ampla e democrática, por que quase não vemos entidades que não sejam, em maior ou menos grau, influenciadas por partidos? Por que os chamados “independentes” sempre acabam se alinhando com uma ou outra organização política para defender suas posições? Por que os CAs e grêmios, em cujo seio não há nenhuma disputa política, são, em geral, os mais despolitizados e mais atrelados às direções das escolas e faculdades? Isso se dá porque a luta no movimento leva naturalmente ao enfileiramento por posições políticas. É por isso que existem “grupos de independentes”, “correntes de independentes” (chegaremos a ver “partidos de independentes”?). A organização política é natural, progressiva e inevitável. A esse respeito, Trotsky escrevia em 1929: “O Partido Comunista (...) diz claramente à classe operária: eis meu programa, minhas táticas e minha política. É o que proponho aos sindicatos. O proletariado não deve acreditar às cegas em nada. Deve julgar cada partido e cada organização por seu trabalho. Os operários devem desconfiar duplamente dos aspirantes a dirigentes que atuam disfarçadamente, pretendendo lhes fazer acreditar que não necessitam de nenhuma direção”.Assim, os militantes do PSTU continuarão erguendo suas bandeiras, defendendo de forma clara sua política e disputando a direção das entidades com o programa que julgamos correto. Nesse marco, sempre que possível, marcharemos juntos com organizações, partidos e ativistas independentes de esquerda.A atuação no movimento para nós não é uma mera tática, como querem fazer parecer nossos adversários. É parte fundamental de nossa estratégia: a mobilização permanente das massas e a construção de uma ferramenta revolucionária. Mas nosso objetivo final não se resume à atuação no movimento estudantil e sindical, por maior que seja sua importância. Somos socialistas e revolucionários. Nosso fim é a libertação completa da humanidade do jugo do capitalismo, a construção do comunismo no mundo inteiro. Esse é nosso “interesse político-partidário” e somos orgulhosos dele.
Postado por Diego Ferreira
Saudações Socialistas!!!
Agora é preparar o dia 23 de maio!
• Os atos de 1º de maio deste ano refletem que algo de novo está surgindo e que o segundo mandato de Lula não será como o primeiro. Nada de novo nos atos da CUT e da Força Sindical, ambos governistas e patronais. O mesmo estilo de atos “chapa-branca”, financiados com verbas do governo e de grandes empresas. O público é chamado para shows musicais, sem nenhum conteúdo de luta. No entanto, os atos convocados pela Conlutas e demais entidades participantes do Fórum de Mobilização (construído no Encontro do dia 25 de março) foram os mais fortes em muitos anos. Em praticamente todas as capitais do país, os ativistas que queriam participar de uma mobilização real, classista e de luta tiveram uma alternativa. Estiveram presentes a Conlutas, a Intersindical, setores das pastorais da igreja. Em várias capitais, reforçaram os atos correntes e movimentos que antes faziam parte do bloco de apoio governista. Em Minas Gerais, o MST esteve presente com um orador no ato e sua base fortalecendo a unidade. Estiveram presentes também em São Paulo, embora não tenham trazido sua base. A Corrente Sindical Classista (do PCdoB) enviou representantes no ato de São Paulo, mas também não trouxe sua base.Os atos confirmam a vitória do Encontro NacionalOs atos foram a confirmação de que o plano de lutas definido no Encontro do dia 25 de março está sendo aplicado e se tornando uma referência para outros setores do movimento. A presença de partes destes setores governistas nos atos não se dá por acaso. Existe uma crise na base dessas correntes, pelo repúdio que a política aplicada pelo governo está provocando. Por isso, existe uma pressão pela unidade com a Conlutas e o plano votado no Encontro do dia 25 de março. Preparar o 23 de maioO balanço dos avanços do 1° de Maio deve ser então considerado um passo adiante num plano de lutas definido. Agora, estamos diante de um outro passo, a preparação de um dia nacional de mobilização, a de 23 de maio.Foi assinado um manifesto pela Conlutas, MST, Intersindical, CSC convocando este dia como uma mobilização contra as reformas preparadas pelo governo, como a da Previdência. A pressão de base é tão forte, que a CUT também assinou a nota.É evidente que uma parte importante desses setores se incorpora a essas mobilizações para não serem ultrapassados por elas, com o objetivo de poder conter o movimento mais tarde. No entanto, o fato é que, ao fazê-lo, ampliam a crise contra o governo em suas bases.Agora, com a convocação unitária da jornada do dia 23, é possível que tenhamos um dia nacional de lutas que pode mover setores importantes dos trabalhadores. Nesse dia poderemos ter uma mobilização nacional do funcionalismo público federal. Os professores estaduais já estão chamando a mobilização. Vamos ter também uma série de mobilizações populares de sem terras e sem teto em todo o país. Os estudantes poderão também incorporar setores importantes à luta contra a reforma universitária.Como participar?Agora, vamos construir a mobilização nacional de 23 de maio com dois eixos centrais. O primeiro é o de buscar mover setores importantes de massas em todo o país, em diversas categorias. O que sua categoria pode fazer no dia 23 para protestar? Pode fazer um dia, ou uma ou duas horas de paralisação, combinando com sua campanha salarial? Pode realizar assembléias nas portas de algumas empresas para explicar a luta contra as reformas para a base? Podem todos se vestir de vermelho no dia 23 para demonstrar seu repúdio às reformas? Podem participar de um ato unitário de luta?Para responder à necessidade de preparação e organização concreta para o dia 23, já que a mobilização será diferenciada de categoria para categoria, é necessário preparar assembléias de base, reuniões amplas de ativistas dos sindicatos e da Conlutas.Um dia de luta contra o governo e suas reformasO segundo eixo é preparar o dia 23 como um dia de luta contra o governo. A incorporação desses setores governistas na mobilização é uma vitória nossa, de todos aqueles que têm claro a estratégia de luta contra este governo e que impulsionaram o Encontro do dia 25. Mas é também um risco, porque estes setores (MST, CUT e CSC) não romperam com o governo e tentam evitar que o movimento enfrente Lula diretamente. Na preparação da nota conjunta que convocava a mobilização, houve uma pressão para que se retirasse qualquer crítica direta ao governo Lula no texto. A crítica explícita ao governo federal só foi mantida porque a Conlutas foi inflexível neste terreno, deixando claro que ou se incorporava esta crítica ou não haveria unidade.O PCdoB, com a metodologia equivocada que lhe é peculiar, está divulgando em seu Portal que, na preparação do dia 23 de maio, houve “um acordo informal de não atacar a imagem pessoal de Lula”.Esse acordo não existiu. Mais precisamente, o acordo para a luta conjunta no dia 23 só existiu porque esse tipo de acordo foi repudiado. O manifesto conjunto, assinado inclusive por entidades dirigidas pelo PCdoB (como a CSC e UNE), fala explicitamente contra o “governo federal”.Mas fica claro que, se depender do PCdoB e de alguns desses setores, no dia 23 de maio se criticará o imperialismo, a burguesia, mas nada se falará de quem vai encaminhar a reforma da Previdência, o governo Lula. Por esse motivo, a Conlutas já decidiu preparar o dia 23 de maio como um dia de luta contra o governo e suas reformas. O PSTU se incorpora a esta mobilização e, desde já, chama o MST, a CSC e a própria CUT a romperem com o governo, que é a única forma de avançar com clareza em nossas lutas.
segunda-feira, 14 de maio de 2007
Essa música é demais
Legião Urbana
Composição: Renato Russo
Vamos celebrar a estupidez humana
A estupidez de todas as nações
O meu país e sua corja de assassinos
Covardes, estupradores e ladrões
Vamos celebrar a estupidez do povo
Nossa polícia e televisão
Vamos celebrar nosso governo
E nosso estado que não é nação
Celebrar a juventude sem escolas
Crianças mortas
Celebrar nossa desunião
Vamos celebrar eros e thanatos
Persephone e hades
Vamos celebrar nossa tristeza
Vamos celebrar nossa vaidade
Vamos comemorar como idiotas
A cada fevereiro e feriado
Todos os mortos nas estradas
Os mortos por falta de hospitais
Vamos celebrar nossa justiça
A ganância e a difamação
Vamos celebrar os preconceitos
O voto dos analfabetos
Comemorar a água podre
E todos os impostos
Queimadas, mentiras e sequestros
Nosso castelo de cartas marcadas
O trabalho escravo
Nosso pequeno universo
Toda a hipocrisia e toda a afetação
Todo roubo e toda a indiferença
Vamos celebrar epidemias:
É a festa da torcida campeã
Vamos celebrar a fome
Não ter a quem ouvir
Não se ter a quem amar
Vamos alimentar o que é maldade
Vamos machucar um coração
Vamos celebrar nossa bandeira
Nosso passado de absurdos gloriosos
Tudo que é gratuito e feio
Tudo o que é normal
Vamos cantar juntos o hino nacional
A lágrima é verdadeira
Vamos celebrar nossa saudade
E comemorar a nossa solidão
Vamos festejar a inveja
A intolerância e a incompreensão
Vamos festejar a violência
E esquecer da nossa gente
Que trabalhou honestamente a vida inteira
E agora não tem mais direito a nada
Vamos celebrar a aberração
De toda a nossa falta de bom senso
Nosso descaso por educação
Vamos celebrar o horror
De tudo isso
Com festa, velório e caixão
Está tudo morto e enterrado agora
Já que também podemos celebrar
A estupidez de quem cantou esta canção
Venha, meu coração esta com pressa
Quando a esperança está dispersa
Só a verdade me liberta
Chega de maldade e ilusão
Venha, o amor tem sempre a porta aberta
E vem chegando a primavera
Nosso futuro recomeça:
Venha que o que vem é perfeição...
domingo, 13 de maio de 2007
300 SEGUNDOS

Um erro do Sr. Ratizinger
Ele deveria saber que o unico socialismo que ja existiu foi o socialismo primitivo a muito esquecido pela onda capitalista que foi ajuda pelas religiões tantos católicos quanto evangélicos.
sexta-feira, 11 de maio de 2007
"Brasis"
Brasis
Eu escrevo sem nenhuma formação
Não é preciso temática
Acho que é mesmo "tesão"
Não aprendi português, não sei matemática
Poesia do povo, de arroz com feijão
Palavras soltas, nada enfáticas
Prosa de botequim, de gente do sertão
Rimas pálidas, de pouca prática
Vou até mudar o rumo pra não acabar o refrão
Inventar uma nova tática
Pra deixar mais doce, dançando na gramática
Prefiro esquerda para a apresentação
Não entendo política acrobática
De pessoas que falam com outra intenção
Querendo agradar com essa lingua cáustica
Não consigo compreender essa separação
E a minha "pátria-mãe" assiste tão apática
Um povo sofrido sem esperança no coração
Escravizado por uma minoria sádica
Meu pema vai terminando eu sei que em vão
Apenas mais algumas palavras lunáticas
Só resta a tristreza e a impotência em tal situação
Tenho medo de dormire sonhar com a suástica.
Edmar Ferreira
Para sempre NERUDA
É com tamanha satisfação que posto aqui no Blog um poema do maior poeta de vanguarda que o mundo conheceu. Neruda nasceu em 1904 em Parral, no Chile e durante toda sua vida lutou por uma América Latina mais justa, tombou no combate, assim que o golpe militar se anunciou no Chile em 1973.
América insurrecta (1800)
povoou-se de rumores, braços, bocas.
Uma calada sílaba ia ardendo,
congregando a rosa clandestina,
até as campinas trepidarem
recobertas de metais e galopes.
Foi dura a verdade como um arado.
Rompeu a terra, estabeleceu o desejo,
mergulhou suas propagandas germinais
e nasceu na secreta primavera.
Foi silenciada a sua flor, foi rechaçada
sua reunião de luz, foi combatido
o fermento coletivo, o beijo
das bandeiras escondidas,
porém surgiu derrubando as paredes,
apartando os cárceres do chão.
O povo escuro foi a sua taça,
recebeu a substância rechaçada,
propagando-a aos limites marítimos,
repisando-a em almofarizes indomáveis.
E saiu com as páginas feridas
e com a primavera do caminho.
Hora de ontem, hora do meio-dia,
hora de hoje outra vez, hora esperada
entre o minuto morto e o que nasce
na eriçada idade da mentira.
Pátria, nasceste dos lenhadores,
de filhos sem batizar, de carpinteiros,
dos que deram qual uma ave estranha
uma gota de sangue voador
e hoje duramente nascerás de novo,
lá onde o traidor e o carcereiro
te acreditam submersa para sempre.
Hoje do povo nascerás como outrora.
Hoje sairás do carvão e do orvalho.
Hoje chegarás a sacudir as portas
com mãos maltratadas, com pedaços
de alma sobrevivente, com racimos
de olhares que a morte não extinguiu,
com ferramentas agrestes
Poema extraído do livro “Canto Geral” aonde todos os poemas são dedicados a denunciar a exploração e conquista do continente americano.
PELO FIM DA HOMOFOBIA

Pelo fim dos preconceitos e pelo direito de decidir sobre nossas próprias vidas... lutamos.
Ao lado das organizações GLBT e feministas, duramente atacadas pela igreja católica.
O papa vêm ao Brasil acirrando os preconceitos, afirmando que os trabalhadores não devem lutar, pois se formos pacientes , "humildes" e "mansos de coração" herdaremos um galardão sem igual no céu.
Chega de falsas promessas, repudiamos totalmente a visita de Ratzinger ao Brasil, ex-integrante da Juventude Nazista.
Pelo fim da Homofobia e pelo direito de afirmação de todos os índividuos.
Saudações Socialistas
Diego Ferreira
Por que somos ateus?*
Henrique Carneiroprofessor do Departamento de História da USP e membro do Conselho Editorial da Revista Outubro
A idéia de deus, desde o surgimento do Estado, tornou-se o fundamento do poder. A palavra “hierarquia” significa, nos seus radicais gregos hieros e arquê, “poder do sagrado”. Os sacerdotes foram os primeiros agentes do aparelho coercitivo do Estado. Duvidar dos deuses, portanto, sempre foi, na história das civilizações, um crime contra o Estado. Por isso, o ateísmo sempre foi uma doutrina clandestina, perseguida, denunciada, estigmatizada, e seus porta-vozes são, por milênios, praticamente inexistentes na história do pensamento.Apenas a partir da época moderna da Ilustração que o livre-pensamento, o direito à dúvida e a descrença e, até mesmo, a afirmação da inexistência de deus, tornaram-se públicas, mesmo com a continuidade da vigência da censura policial dos livros e da perseguição aos ateus. Na verdade, só mesmo no século XX, e assim mesmo tardiamente, que o ateísmo pode tornar-se uma opinião tão legítima como qualquer crença religiosa. Mesmo hoje em dia, praticamente nenhum estado é efetivamente laico, havendo sempre concessões no campo da isenção de impostos, do acesso à educação, etc. Há cruzes nos parlamentos e tribunais e jura-se sobre bíblias oficialmente.O ateísmo existe como uma antiga herança materialista da filosofia grega e como um recente movimento social e intelectual dos séculos XIX e XX. Nesse período, tanto o marxismo, como anarquismo, o liberalismo e o positivismo manifestaram, de alguma forma, uma carga maior ou menor de ateísmo explícito ou atenuado na formulação de “agnosticismo”, que foi usada por pensadores como Bertrand Russel, por exemplo.Para esboçarmos uma definição geral, poderíamos dizer que o ateísmo recusa a idéia de que o destino do mundo esteja nas mãos de qualquer deus, admitindo no seu lugar a combinação das determinações naturais, do acaso e, particularmente, da vontade humana que, tanto no âmbito individual como no coletivo, representa um fator central para a descrição das histórias das vidas e das sociedades, no sentido de tentar compreendê-las.O ateísmo pressupõe, portanto, o primado da liberdade humana e de uma busca de autonomia sobre si na determinação do destino humano. A idéia de um desígnio, ao contrário, se apresenta como uma explicação das coisas pelos encadeamentos de uma vontade sobrenatural que escaparia ao nosso alcance.Desde a antigüidade clássica que alguns filósofos gregos e latinos questionaram a noção de um deus criador ou controlador do universo como algo incongruente. Mesmo sem sustentarem um ateísmo coerente e integral (lembremo-nos sempre que o debate do ateísmo sempre se fez de forma clandestina e, portanto, cifrada, sem uma exposição pública total de idéias cujo preço a se pagar por sustentá-las podia ser a morte ou até mesmo pior do que a morte, a tortura e a humilhação), se tornaram os marcos do pensamento cético e crítico das visões de mundo das religiões. Desses filósofos, o mais influente foi o grego Epicuro (341 a.C. a 270 a.C.), cujo nome passou a designar até hoje, no senso comum, uma atitude mais ou menos hedonista, o “epicurismo”, o que, na verdade, se oporia à postura real do filósofo, muito mais dirigida para o “equilíbrio” e a “moderação”.Mas, além do elogio dos prazeres e do seu uso equilibrado, Epicuro caracterizou-se por ser o primeiro a argumentar contra a idéia de que o destino é governado pelos deuses (mesmo que não afirmasse que eles não existiam). Sobre a idéia de um destino comandado pela vontade divina, Epicuro, num fragmento famosos dizia: “Deus, ou quer impedir os males e não pode, ou pode e não quer, ou não quer nem pode, ou quer e pode. Se quer e não pode, é impotente: o que é impossível em Deus. Se pode e não quer, é invejoso: o que, do mesmo modo, é contrário a Deus. Se nem quer nem pode, é invejoso e impotente: portanto, nem sequer é Deus. Se pode e quer, o que é a única coisa compatível com deus, donde provém então a existência dos males? Por que razão não os impede?”.Este tornou-se o argumento moral clássico contra a existência de um deus supostamente bondoso: por que existe o mal?Contra o medo dos deuses, Epicuro assim como o seu discípulo latino Lucrécio (98 a.C. a 55 a. C.) afirmaram idéias revolucionárias, muitas se aproximando de uma física verdadeiramente moderna, contrárias ao pensamento dominante de sua época e dos quase dois milênios que se seguiram, tais como: Nada se pode criar do nada.Não pode tudo nascer de tudo. Nada se aniquila inteiramente.O vazio existe.Tudo está em contínuo movimento.Não há desígnio.Não há centro no universo.O mundo não foi criado para nós.Há outros mundos.O espaço é infinito.Essas idéias ofereciam uma interpretação do curso dos fenômenos do mundo natural e humano em que não havia lugar para uma ação ou criação divina, nem para a interferência sobre o curso da natureza de forças “sobrenaturais”. Por isso, pode se chamar essa concepção como “naturalista” e “materialista”.Também em relação à alma, Epicuro enfrentou as crenças de sua época, defendendo a tese de que, ao morrer o corpo, a alma também se dissipa, pois só existe com o corpo e um espírito não poderia ser dotado de sentidos, pois estes dependem de órgãos carnais. Como escreveu Lucrécio: “toda a substância da alma se dissipa como o fumo nas aladas auras do ar”. A morte, portanto, nada é para nós, pois quando ela vem, já não somos e quando não somos nada sentimos.O destino do mundo na visão epicuriana, em última instância, tenderia a uma destruição da ordem atualmente existente entre céus e terras. O mundo não se formou conforme um plano, mas pelo movimento dos elementos. Assim, todos os fenômenos temidos na vida individual e coletiva como doenças ou trovões, raios ou terremotos possuiriam causas naturais e nem a morte ou a salvação, a doença ou a cura, a fortuna ou o desatre, dependeriam da vontade ou da intervenção de deuses.Lucrécio, no Livro V, do De rerum natura (Da natureza das coisas), apresentou quatro argumentos contrários a idéia de que o mundo fora criado por deuses.Três argumentos são lógicos:1) um ser perfeito não criaria um mundo imperfeito;2) se deus na eternidade estava em repouso por que o interrompeu?;3) o mundo não possuía nenhum modelo.E um argumento é ético ou moral: 4) a existência do mal é incompatível com um deus bom.Este último ficou conhecido como o argumento da justiça (ou injustiça) divina, ou da teodicéia. Como, sendo bom, deus permitiria o mal?As idéias de Epicuro e Lucrécio existiram no mundo mediterrânico vários séculos antes de Cristo. Com o advento da cristianização do Império Romano, pela primeira vez, uma religião monoteísta tornava-se dominante numa vasta área territorial. Para impor seu domínio declarou guerra implacável contra todos os outros deuses pagãos. Mais forte ainda, no entanto, foi a repressão às idéias negadoras da existência de deus. O ateísmo foi considerado um crime terrível e praticamente desapareceu da história das idéias na Europa. Epicuro e Lucrécio foram proibidos pela Igreja Católica, seus livros queimados e seus nomes condenados ao desaparecimento.Somente no Renascimento, as idéias de inspiração epicurista começaram a reaparecer, mas como sustentou Lucien Febvre, em seu livro clássico sobre o pensamento de François Rabelais, no século XVI a descrença ainda era algo inconcebível. Montaigne, mesmo que afirmasse a dúvida e exigisse o senso prático na análise das coisas tampouco chegaria a sustentar uma descrença em deus ou um ceticismo metodológico que se curvaria apenas diante da evidência dos fatos, conforme o método científico estabeleceria nos séculos seguintes. Muitos, como Rabelais e Villon, zombavam da Igreja, do clero, da escolástica, e mesmo de Cristo, dos santos e dos milagres, mas não chegavam a uma negação da idéia de deus como a filosofia materialista faria no século XVIII.No início do século XVIII, o pensamento ateu encontrou um sistematizador pioneiro na figura de um padre de aldeia na França, Jean Meslier, mas que apenas numa obra póstuma revelou seu pensamento desafiador, resumido em “oito provas” que demonstravam que:1) religiões são invenções humanas;2) a fé é um princípio de erro;3) as visões e revelações são falsas;4) as promessas e profecias são ilusões;5) a teologia e a moral cristã são absurdas;6) a religião em conluio com a política é a causa da opressão e da miséria;7) deus não existe;8) a alma não é imortal.Esse padre apenas revelou suas verdadeiras crenças depois de morrer, explicando que vivera uma terrível angústia de ter que defender publicamente o que não acreditava no seu íntimo.Voltaire, conhecendo o Testamento de Meslier ajudou a divulgá-lo, mas sob uma forma atenuada, adulterando e traindo o pensamento de Meslier. O barão D´Holbach, mais coerente, também se inspirou em Meslier e em seu Sistema da Natureza (1760), resumiu os três argumentos ateus clássicos como:a) o da “incongruência das qualidades” (deus não pode ser bom e onipotente ao mesmo tempo);b) o da “economia ontológica” (a natureza se basta para autocriar-se perpetuamente, não é preciso remeter sua origem e funcionamento a nada externo a ela própria);c) o da “nocividade política” (a idéia de deus serve para reis e sacerdotes governarem um povo crédulo e ignorante).Durante a Revolução Francesa, o líder jacobino Robespierre condenou os ateus, pois, para ele, a idéia de Deus servia à manutenção da moralidade pública. Entre os filósofos iluministas, os mais ateus também foram os de origem mais aristocrática e menos democráticos (D´Holbach, La Mettrie), enquanto Diderot, assim como Hume, na Inglaterra, precisavam disfarçar seus argumentos inventando diálogos em que personagens outros que não eles próprios podiam esgrimi-los. Voltaire era um deísta (acreditava num Deus, mas combatia a Igreja), Rousseau converteu-se duas vezes, primeiro ao catolicismo e, depois, retornou ao protestantismo de sua origem.O ateísmo não é, entretanto, apenas a não-crença em deus ou nos deuses, mas também a descrença na vida eterna. A idéia da imortalidade da alma é um complemento indispensável da noção judaico-cristã de uma justiça divina com condenações e salvações eternas no inferno ou paraíso.As tentativas de encontrar uma explicação para o destino humano nos caprichos dos deuses sempre respondeu ao desamparo humano diante da sorte e a religião nasce como medo do futuro, especialmente da morte e das calamidades. Como escreveu David Hume, “as primeiras idéias da religião não nasceram de uma contemplação das obras da natureza, mas de uma preocupação em relação aos acontecimentos da vida”. Quanto mais um homem vive uma existência governada pelo acaso (como jogadores e marinheiros), mais ele é supersticioso. A força da religião decorre, assim, da existência de causas desconhecidas para os males e as benesses da vida.Na história da crítica moderna e contemporânea da religião alguns pensadores de origem judaica, como Marx e Freud, ocuparam um lugar de destaque. Como comentou Isaac Deutscher, a maior contribuição do judaísmo para a humanidade foram os seus hereges que (de Cristo a Espinosa, Marx, Trotski ou Freud) desempenharam um papel central no desafio inicial da ordem vigente e na abertura do pensamento para um espaço de liberdade e amplitude de reflexão crítica. Do seio do monoteísmo original e mais estrito do judaísmo nasceram visões rebeldes, anti-dogmáticas e heterodoxas.Para Marx, a crítica da religião é uma condição preliminar de toda crítica. A religião é o consolo de uma consciência cuja vida não tem seus nexos conhecidos. A compreensão do papel ativo da humanidade na história seria a contrapartida a todas as formas de crenças ilusórias construídas pela ignorância do que move o próprio destino.Freud, de forma semelhante, vê na religião uma minoridade, uma recusa à responsabilidade sobre o próprio destino, uma sobrevivência da sensação infantil de amparo e temor simultâneo diante da figura paterna, e, portanto, uma neurose coletiva. Uma ilusão sustentada coletivamente como modo de vida, que ele considera, e tem a coragem de expor no seu livro O futuro de uma ilusão (1927), deverá ser superada para uma maturidade mais plena da humanidade.A linhagem do ateísmo na história do pensamento vai de Epicuro e Lucrécio, na antigüidade, a Meslier e D´Holbach no século XVIII, e Feuerbach, Marx e Freud, no XIX.Seu significado não é apenas de um debate de idéias, mas representa uma luta prática contra o poder das igrejas, especialmente o da Igreja Católica, que tem sido uma das forças mais sistematicamente arraigadas ao poder. A definição da modernidade em todos os seus aspectos: liberdade de pensamento, revolução científica, representação democrática popular, encontrou sempre na Igreja um dos seus mais fortes oponentes.O Vaticano fundamentou, através da doutrina do direito divino dos reis, todas as formas de opressão das monarquias e das nobrezas na história da Europa. Os versículos de inúmeros evangelhos (por exemplo, I Timóteo, 6: “Todos os servos que estão debaixo do jugo estimem seus senhores por dignos de toda honra, para que o nome de Deus e da doutrina não sejam blasfemados”), exigindo dos servos obediência aos seus senhores e condenando toda revolta foram usados durante dois milênios para justificar todos os governos, opressões e atrocidades.O modelo do Estado moderno de uma polícia e de um sistema judiciário centralizado, superpoderoso, obcecado pela informação, minucioso e extremamente cruel nasceu do aparelho do Tribunal da Santa Inquisição, usado tanto para perseguir hereges, ou seja, pensadores distintos do dogma, outras religiões (judeus, protestantes, cultos indígenas, etc.), ou devassos, sodomitas, e outros considerados como degenerados morais.Cada uma das revoluções democráticas ou dos levantes sociais dos séculos XVIII, XIX e XX tiveram de combater a hierarquia da Igreja Católica (entre o baixo clero sempre houve honrosas exceções) como uma das forças que se perfilavam ao lado dos mais radicais conservadores.Muitos movimentos sociais camponeses e anti-autocráticos surgiram do interior da própria Igreja, como ocorreu em parte dos reformistas protestantes. Na Inglaterra, seitas radicais defenderam a comunidade de bens, a igualdade entre os homens (algumas incluindo até as mulheres) e o fim das hierarquias sacerdotais. No decorrer da época moderna, estas vertentes protestantes, inicialmente progressivas, também se institucionalizaram, se burocratizaram e se elitizaram. As grandes Igrejas protestantes também são parte integrante do sistema de poder dos Estados Modernos, seja na versão Anglicana ou nas diversas outras existentes.Politicamente, a Igreja católica foi, nos primeiros séculos da época moderna, a principal força reacionária do mundo ocidental. Todos os direitos sociais e democráticos foram combatidos pela Igreja Católica: direito de voto, de representação popular, de cidadania feminina. A Igreja justificou a escravidão e abençoou as guerras e os reis. Antes do século XX, a Igreja Católica nunca se preocupou com direitos sociais e, apenas como reação aos movimentos socialistas, comunistas, anarquistas e liberais que resolveu, especialmente após o segundo-pós guerra, adotar uma “doutrina social”.Na agenda dos direitos civis, a Igreja sempre foi o inimigo principal de conquistas como: direito ao divórcio, ao aborto, aos homossexuais, ao uso de pílulas anticoncepcionais, de preservativos, de educação sexual.Até recentemente, nem o México nem os Estados Unidos reconheciam o estado do Vaticano, devido à formação anticatólica da independência desses países. Um Estado cuja cidadania é apenas masculina, sem qualquer forma de democracia, que representa uma religião mundial recebe reconhecimento oficial no que restou de um imenso território pontifical que a independência da Itália terminou por expropriar, impondo o tratado chamado de “Concordata”, que exigiu, até sua libertação por Mussolini, que o Papa permanecesse confinado no Vaticano. Com o nazismo, o Papa Pio XI manteve uma relação amistosa, sem denunciar o plano genocida de extermínio dos judeus.No século XX, a Igreja não hesitou em alinhar-se com Pinochet, em ajudar torturadores argentinos, em manter alianças com a Máfia e a Loja P-2 na Itália. A perda de fiéis do catolicismo para outras confissões torna-se cada vez mais crescente. Nos Estados Unidos, a Igreja gasta todo o seu orçamento em pagamentos de indenizações por abusos sexuais cometidos por sacerdotes. O maior país católico do mundo, que é o Brasil, tem, no entanto, a sua proporção de católicos na população diminuída de 74%, na última visita papal, para 64% atualmente.O enfraquecimento relativo do Vaticano ocorre, entretanto, num panorama global de aumento da influência dos fundamentalismos: cristão nos EUA; judaico em Israel e nos EUA; islâmico na Ásia, África e Europa; hinduísta na Índia; etc. O significado atual e permanente do ateísmo é oferecer uma visão crítica de todas as religiões, defendendo ao mesmo tempo o direito de existência e expressão da liberdade religiosa, a laicidade do estado e a garantia de uma educação pública, gratuita e laica.A laicidade e a liberdade religiosa são duas facetas da mesma atitude de tolerância e exigência de respeito ao caráter civil do estado, que deve defender a liberdade de todos os cultos, mas afastar-se de qualquer vínculo com qualquer um deles, garantindo que não haja discriminação por razões de crença religiosa mas também que as Igrejas não interfiram na educação básica nem na pesquisa científica.
Diego Ferreira
NOTA - Gostaria de deixar claro que apesar de grande parte dos colaboradores desse blog, e particularmente eu também, sermos, de fato, ateus, isso não significa que seja esse o pensamento de todos os nossos colegas.
quinta-feira, 10 de maio de 2007
O direito da mulher sobre o seu próprio corpo
"(...) Quando esses setores dizem defender a vida, desprezam completamente as milhares de mortes das mulheres trabalhadoras que ocorrem todos os anos, pois o aborto já é “legal” para as mulheres ricas que o fazem em condições seguras, pagando até R$ 5 mil. Para as trabalhadoras e pobres restam a morte, a prisão e as seqüelas.Esse desprezo pelas mulheres é ainda mais claro quando partimos da imensidão de mulheres pobres e doentes que, na sociedade capitalista, são destruídas econômica e fisicamente por engravidarem demais."
Ao defender o direito à vida, é necessário assegurar todas as condições para que as mulheres que optarem por ter um filho possam exercer a maternidade: assistência médica gratuita, creche, escola, trabalho com salário digno, etc. Sem isso, a defesa da vida contra o direito das mulheres decidirem sobre ter ou não ter filhos é hipócrita.
(...)
A criminalização do aborto tem como vítimas as mulheres trabalhadoras e pobres, que são parte do setor que mais sofre com a retirada de direitos e os ataques através das reformas do governo Lula. Não temos qualquer confiança nesse governo e sabemos que só conquistaremos a legalização do aborto se os trabalhadores assumirem essa luta como parte do seu programa.
Ana Minutti e Carol Rodrigues, da Secretaria Nacional de Mulheres do PSTU
quarta-feira, 9 de maio de 2007
O FRIO É RELATIVO
- Baianos vão a praia, dançam, cantam e comem acarajé.
- Cariocas vão a praia e jogam futevolei.
- Mineiros comem um "queijin" na sombra.
- Todos os paulistas vão para Praia Grande e enfrentam 2 horas de fila nas padarias e supermercados da região.
- Gaúchos esgotam os estoques de protetor solar e isotônicos da cidade.
25ºC
- Baianos não deixam os filhos sairem ao vento após as 17 horas.
- Cariocas vão à praia mas não entram na água.
- Mineiros comem um feijão tropeiro.
- Paulistas fazem churrasco nas suas casas do litoral, poucos ainda entram na água.
- Gaúchos reclamam do calor e não fazem esforço devido esgotamento físico.
20ºC
- Baianos mudam os chuveiros para a posição "Inverno" e ligam o ar quente das casas e veículos.
- Cariocas vestem um moletom.
- Mineiros bebem pinga perto do fogão a lenha.
- Paulistas decidem deixar o litoral, começa o trânsito de volta para casa.
- Gaúchos tomam sol no parque.
15ºC
- Baianos tremem incontrolavelmente de frio.
- Cariocas se reúnem para comer fondue de queijo.
- Mineiros continuam bebendo pinga perto do fogão a lenha.
- Paulistas ainda estão presos nos congestionamentos na volta do litoral.
- Gaúchos dirigem com os vidros abaixados.
10ºC
- Decretado estado de calamidade na Bahia.
- Cariocas usam sobretudo, cuecas de lã, luvas e toucas.
- Mineiros continuam bebendo pinga e colocam mais lenha no fogão.
- Paulistas vão a pizzarias e shopping centers com a família.
- Gaúchos botam uma camisa de manga comprida.
5ºC
- Bahia entra no armagedon.
- César Maia lança a candidatura do Rio para as olimpíadas de inverno.
- Mineiros continuam bebendo pinga e quentão ao lado do fogão a lenha.
- Paulistas lotam hospitais e clínicas devido doenças causadas pela inversão térmica.
- Gaúchos fecham as janelas de casa.
0ºC
- Não existe mais vida na Bahia. Nem animal, nem vegetal, nem mineral.
- No Rio, César Maia veste 7 casacos e lança o "Ixxnoubórdi in Rio".
- Mineiros entram em coma alcoólico ao lado do fogão a lenha.
- Paulistas não saem de casa e dão altos índices de audiência a Gilberto Barros, Gugu Liberato, Luciana Gimenes e Silvio Santos.
- Gaúchos aproveitam o friozinho gostoso para dar a bunda.
segunda-feira, 7 de maio de 2007
Amigos...

Ai estão duas pessoas que não medem esforços para ajudar os amigos.
Giani e Dedé. "simplesmente os melhores"
domingo, 6 de maio de 2007
essa é para uma reflexão
No show dos Racionais, grupo de rap, houve muita confusão, com fãs subindo em estatuas, postes e bancas de jornais para poder visualizar o show, como é de pratica a polícia utilizou- se da força para acabar com essas atitudes, não bastando e resolvendo partir para as balas de borrachas, cacetadas e pondo o povo pra rua piorou as coisas, como resultado obtiveram apenas bancas de jornais derrubadas, estabelecimentos arrombados, invadidos e saqueados, e carros incendiados.
Quero apenas deixar uma questão para ser refletida:
No Brasil não se tem o costume de prevenir, esse fato poderia não existir, se a polícia estivesse fazendo um trabalho preventivo, e desde o inicio do show estivesse la, orientando e impedindo abusos dos fãs, ou será que a policia resolveu deixar chegar ate onde chegou para poder utilizar dos meios de combate ( ou de propria) violência, para poder depois jogar a culpa nos fãs e causar indignação da populção, ou ate mesmo apenas para degredir a imagem do prefeito que pagou 26 mil reias para a apresentação do grupo e pretendia levar um pouco da cultura popular para essa parcela da sociedade.
Aí fica a reflexão
Resumo: Produção de mercadorias e modo de produção capitalista.
Ao longo da história houve várias evoluções sociais, os meios de produção de mercadorias foram transformando-se e as relações sociais que surge com estas também. No início das principais sociedades, as mercadorias eram produzidas de forma simples para suprir as necessidades espirituais e de alguns bens do homem.
Desta forma as mercadorias que eram produzidas já tinham um objetivo e o destino certo para ser trocadas.
Porém com o fim do feudalismo a produção mercantil deixou de ser o foco das relações de troca, pois o modo de produção capitalista universaliza a relação mercantil, tendo características de um alto grau no desenvolvimento da produção de mercadorias e um correspondente aumento do papel do dinheiro nas trocas objetivando grandes lucros.
Entretanto esta nova forma de produção capitalista só acontece devido a relação capitalista, onde havia o proprietário que possuía não mais que a sua força de trabalho. A partir desta nova forma de produção começam a surgir várias transformações na relação homem/natureza, antes o homem sabia o que produzia, para quem produzia e no que trocava. Assim ele pré-estabelecia o valor de seu trabalho.
A partir do surgimento do capitalismo essa relação se perde invertendo-se. Produzem mercadorias sem saber qual a necessidade do momento, ao ocorrer esse fato algumas mercadorias cai em demasio e outras em falta.
Ao surgir o relacionamento entre capitalistas e proletariados surgi também a necessidade de compra e venda da força de trabalho e a partir daí que as relações sociais começam a ser divididas por classe.
Nesta nova forma capitalista de produção onde seu maior objetivo é vizar o lucro, o ser humano deixa de contemplar a vida e passa a contemplar unicamente suas mercadorias, à isso classifica-se como relações entre coisas, ou seja, o homem passa a ser reconhecido por aquilo que possui materialmente e não pela sua essência. Assim surge a alienação no meio de produção capitalista onde não importa quem o outro seja e sim o que ele tem para oferecer.
Dessa forma o homem perde seu valor como ser humano e só passa ser valorizado por aquilo que consegue produzir.
Como afirma o texto a mercadoria determina as novas relações sociais, com isso seres humanos também se tornam mercadorias alienadas, com valores pré-determinados e pré-estabelecidos, que serão julgados pelo seu poder financeiro ou pela sua força de trabalho.
BIBLIOGRAFIA: NETTO, José Paulo. Economia política: uma introdução crítica/ José Paulo Netto e Marcelo Braz. São Paulo: Cortez, 2006. (Biblioteca Básica de Serviço Social; v. 1)
sábado, 5 de maio de 2007
COMO ANDA O IRAQUE
Imediatista incondicional, os estadunidenses impõem regras políticas, econômicas, sociais, culturais e ideológicas sobre estruturas que não conseguem isolar-se de tal assedio seja pela dependência política ou administrativa, domado por atitudes infantis este assume o posto central de uma suposta luta contra o “mal”, característica esta dada a todo e qualquer movimento ou pensamento que caminhe contra a macroeconomia de seu capital excludente. Toda esta vertente na qual englobo o mundo subdesenvolvido que se faz do medo de represarias politicas e étnicas como muçulmanos, afro-descendentes, latinos ditos “selvagens sem causa”, pois se opõem ao massacre cultural capitalista muitas vezes, poderíamos nos intitular desta forma de novos hereges do século XXI, assim como na Idade Média a devastação imposta pelo Império Católico sobre toda e qualquer liberdade de existência e de pensamento parece que não foi esquecida, sofremos ainda hoje com perseguições políticas injustificáveis, os novos dogmáticos estadunidenses arraigados de preconceito mantém no topo a aparência de um concreto “límpido” aos olhos da ignorância, mas esconde em suas estruturas internas as infiltrações e rachaduras que um dia ao de lhes fazer desmoronar.
Alavancados por todo esta suposta reforma política e social, os xenófobos estadunidenses desembarcam em solo alheio o que chamam de salvação, na verdade é mais uma vez a ampliação de mercado e capital embutido no que ousam denominar democracia, falsa liberdade entendida como certa a territórios com outra postura política, étnica e cultural, como nos casos mais recentes Afeganistão e Iraque. No caso do Iraque refém de massacres diários não se tem mais significado sua exposição ao mundo segundo seus dominadores, os poucos relatos que nos chegam vem com a bestialidade de uma cultura ocidental dita superior a desprezar toda atitude política legitima de não aceitação dessa tomada hipócrita, hoje se estima que 10 mil mulheres foram presas no Iraque e conseqüentemente violentadas, sem contar que seus filhos também sofrem com estes abusos e prisões, vivendo em celas grotescas estas mulheres ainda sofrem com ameaças constantes e com a disseminação de doenças como HIV transmitida pelos soldados estadunidenses, a divisão das celas por sexo se faz através de cortinas o que piora ainda mais a situação destes indivíduos que sofrem dramaticamente com a retirada de seus direitos; outro ponto relevante e que não nós é passado são os muros construídos por todo o Iraque, inclusive em Bagdá existe uma divisão da capital em regiões na qual ocorre o isolamento de seus moradores, muros com ate três metros de altura prendem civis em meio a guerra e seus destroços, áreas são criadas não para proteção dos civis mas para assegurar a integridade de emissoras de radio e tvs estadunidenses tudo em nome de uma falsa liberdade que a seus olhos passa despercebido.